Muito de nós desconhecemos o porquê de algumas datas darem nomes as ruas, avenidas e praças, e seus motivos de comemorar e importância destas datas.
O dia 23 de maio é uma data muito importante para a Democracia Brasileira. Desde seu início, no ano de 1932 fora marcado pelo descontentamento dos brasileiros, principalmente do Estado de São Paulo, com a política ditatorial impingida desde a Revolução de 1930.
Queriam todos, a imediata convocação de uma Assembleia Constituinte, fato não ventilado pelo então Presidente Getúlio Vargas.Esta data, 23 de maio foi fundamental para os revolucionários, porque o povo saiu às ruas, para lutar pela Constituição que somente no ano de 1932 foi promulgada.
Mas tudo teve inicio no dia 22 de maio de 1932, o povo e políticos estavam indignados com os últimos acontecimentos políticos. Por toda São Paulo orador inflamado contra o Governo Provisório instalado foi realizado muitos comícios e articulações politicas que deflagraram uma greve geral que mobilizara milhares de trabalhadores do Estado de São Paulo, a situação estava insustentável, e, na Praça Patriarca discursos inflamados, são proferidos por Ibraim Nobre, José Lefreve, Gomes Martins, Dário Ribeiro Filho, Pereira Lima entre outros, o que levou a multidão exaltada seguir em marcha pelas ruas centrais da capital.
Entre as muitas ocorrências, e já no dia seguinte, a multidão estava descontrolada, indignada o que culminou com um tiroteio até as 04h15 minutos da manhã de 24 de maio. Na esquina da Rua Barão de Itapetininga com a Praça da República, estão mortos os jovem Euclides Bueno Miragaia, Antonio Américo de Camargo Andrade, Dráusio Marcondes de Souza, tinha apenas 14 anos de idade.
Gravemente ferido por projeteis disparados por metralhadora, Mario Martins de Almeida, que faleceu quando era socorrido para o pronto socorro. Foi ferido também, Orlando de Oliveira Alvarenga, vindo falecer dias depois.Horas depois as iniciais dos nomes dos jovens mortos formaram a sigla da Sociedade MMDC, que foi forjada pelo amor febril ao Brasil e martelo da Revolução Constitucionalista de 1932.
Então:“O grito em favor da Lei, da Liberdade e da Justiça ecoou para a eternidade, operou milagre, galvanizando as consciências ainda dúbias, incertas”.
A ressurreição de Piratininga expressava a ressurreição do Brasil. Rompeu a alvorada de 23 de Maio com o ideal e constância dos paulistas, forjados pelos bandeirantes, condutor sereno e decidido; Pedro Toledo, na ansiedade, ao esplendor dos cabelos brancos, encarnava ele a nossa coluna de fogo a levar-nos a luta orientada por divisas do Brasão da Revolução Constitucionalista: “Pro Brasilia fiant eximia!” (Pelo Brasil, faça-se o melhor). Para a glória do emancipado da opressão e do despotismo, São Paulo se opunha em marcha, ombro a ombro, com Mato Grosso, com a ajuda de vários brasileiros dos mais longínquos rincões da Pátria comum.
O movimento MMDC mobilizou cerca de cem mil homens; de varias classe social, raça, credo, sexo e região. Os paulistas se organizaram em frentes de combate e se posicionaram nas divisas de São Paulo com Minas Gerais, com o Paraná e no vale do Paraíba.O dia 23 de maio foi fundamental para os revolucionários, porque o povo saiu às ruas, para lutar pela Constituição; por isso, nesta se comemora o “Dia da Juventude Constitucionalista”.
Nesse dia, recordam-se não só a participação dos jovens no movimento, como também os quatro estudantes vitimados pelos repressores. Em São Paulo, em 9 de julho, MMDC são especialmente honrados no “Dia do Soldado Constitucionalista”, festa que ocorre só no Estado de São Paulo.
Na capital paulista, foi construído um monumento em homenagem aos quatro estudantes. Trata-se do obelisco do Ibirapuera, projetado por Oscar Niemeyer, que serve de mausoléu para seus corpos. Pode ser avistado da avenida vinte e três de Maio, que recebeu esse nome como parte da homenagem aos heróis de 1932.
No monumento está escrito “Morreram jovem para viver para sempre”. A Lei 12.430, de 20 de junho de 2011, inscreveu os nomes de Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo, Heróis Paulistas da Revolução Constitucionalista de 1932, no Livro dos Heróis da Pátria.
O Núcleo de Correspondência MMDC Mogi Mirim, nº 71 – “ Afonso Zambrana”, honra a todos os Heróis da Revolução Constitucionalista de 1932, Jovens Soldados Constitucionalista.
Que suas histórias de vida fiquem gravadas para sempre e que sirvam de exemplo.
Fonte de pesquisa:
Jornal “A Gazeta” de 8 de julho de 1958, 9 de julho de 1957, 9 de julho de 1954;
DONATO,H, A Revolução de 32, Editora Circulo do Livro S.A., São Paulo 1982. 225 p, e
Página do Núcleo de Correspondência “Trincheiras Paulista de 32 de Jaguariúna”.